15 DE JULHO DE 2024
Quando alguém que amamos adoece por um longo período ou está em idade avançada, de certo modo, a família já começa a se preparar para más notícias. Mas, quando a morte é repentina e inesperada, assimilar a perda se torna mais difícil.
À medida que o luto vai sendo elaborado e nossas memórias de experiências com a pessoa falecida vão sendo integradas de modo positivo, podemos experimentar uma sensação de que a vida continua e que foi possível construir novos significados para ela.
Em alguns momentos, estaremos com todo o gás para construir novos projetos e seguir e, em outros, poderemos sentir a tristeza e a saudade de tudo o que perdemos e daqueles que se foram, lembrando os momentos importantes vividos.
Oscilar nesses dois movimentos sinaliza um processo de luto adaptativo, saudável e necessário, em que a dor da perda existe, porém não nos toma por completo e não é avassaladora, como também não é sufocada ou impedida de aparecer.
Algumas perdas mudam toda a dinâmica de vida do enlutado. Uma mulher que perde o seu marido, por exemplo, passa a ter que dormir sozinha na mesma cama que dividia com o companheiro pouco tempo antes. Essa nova realidade pode ser extremamente dolorosa e até traumática.
Por isso, em muitos casos, é necessário buscar ajuda profissional para lidar com a perda e também contar com uma rede de apoio formada por amigos e familiares para amenizar a ausência do ser amado.
Saiba como lidar com o luto:
1. Evite se isolar
Conte com amigos, familiares e pessoas em quem você confia para te fazer companhia neste momento de luto. Claro que os momentos solitários também são necessários para assimilar a perda, mas procure manter próximas as pessoas que fazem parte da sua rede de apoio e poderão te dar todo o suporte necessário neste processo.
2. Vivencie o luto
Tente não conter suas emoções, isso pode contribuir para prolongar o período de luto. Permita-se expressar a sua dor e os seus sentimentos neste momento.
3. Faça um rito de despedida
Os rituais de despedida são considerados grandes aliados no processo de elaboração do luto, pois permitem que os indivíduos encontrem espaços protegidos e, normalmente, “autorizados” para expressarem sofrimentos e sentimentos.
Eles possibilitam que as pessoas possam marcar a perda, façam homenagens para o falecido, se despeçam, busquem apoio emocional e social mútuo no encontro com amigos e familiares, além de ajudar o enlutado a dar um sentido à perda e trazer certa previsibilidade através dos seus elementos tradicionais e familiares.
Em contrapartida, muitas questões características de uma pandemia são consideradas fatores de risco para o luto, como a morte repentina e inesperada, a impossibilidade de estar próximo ou de se despedir presencialmente do familiar que ficou hospitalizado, o distanciamento social, a alteração dos rituais de despedida, como os velórios, dificuldades financeiras e perdas sucessivas.
4. Não se sinta culpado por seguir a vida
Em alguns casos, pessoas enlutadas demoram a retomar a rotina por se sentirem culpadas. É importante respeitar o seu tempo e processo de luto, mas também retomar as atividades rotineiras, mesmo que gradativamente.
Pense em como o seu ente querido gostaria que você estivesse e busque fazer coisas que te façam bem. Isso também ajuda a amenizar a tristeza.
5. Não hesite em buscar ajuda
Vivenciar a perda de alguém que amamos traz, de fato, dores e até mudanças de perspectiva. Mas, se perceber que este processo está se prolongando demais e prejudicando áreas importantes da sua vida, busque ajuda psicológica.
Embora seja um processo natural e inevitável, a morte ainda é um tabu para muitas pessoas. Falar sobre ela e normalizar esse assunto também ajuda a enfrentar melhor o período de luto.
O nosso mundo foi transformado e a maneira de reagirmos a tudo isso também. É cuidando uns dos outros que nos fortaleceremos e seguiremos adiante!
Lembre-se de cuidar da saúde mental
Agora que você entendeu como lidar com o luto, é importante se aprofundar em um assunto relacionado ao tema: os cuidados com a sua saúde mental.
Muitas vezes, falamos sobre os cuidados com o corpo, que são fundamentais, mas não se pode esquecer da mente. Ela está diretamente associada ao nosso bem-estar e qualidade de vida.