15 DE JULHO DE 2024
Diferentes violências são praticadas diariamente contra idosos. A campanha promove a conscientização e reforça o debate na luta pelos direitos das pessoas com 60 anos ou mais
O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, lembrado nesta quarta-feira (15), é símbolo da luta e dos direitos das pessoas na terceira idade. A data, criada em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, atua como forma de conscientização da sociedade e promoção de respeito daqueles com 60 anos ou mais.
Além da data, durante todo o mês são realizadas ações de conscientização contra os abusos e violências aos idosos, traduzida pela campanha Junho Violeta. A campanha reforça esse debate e promove iniciativas que garantam mais dignidade aos idosos, além de estimular o envelhecimento saudável e ativo.
Entre os objetivos da pauta está a luta contra o etarismo na sociedade, caracterizado pela discriminação em razão da idade mais avançada, que tem sido cada vez mais observado no dia a dia de idosos. O preconceito enfatiza uma conotação negativa das pessoas na terceira idade, o que acarreta em uma desvalorização do idoso e, consequentemente, a sua exclusão social. A discriminação se reflete no aumento de denúncias violações contra essa parcela da população.
No Brasil, apenas nos primeiros meses de 2021, foram registrados 33,6 mil casos de violência contra pessoas idosas no Disque 100, plataforma do governo federal que acolhe violações contra os direitos humanos. Em 2020, entre março e junho, o número de denúncias já tinha crescido 59%, sendo 25.533 no total deste período.
A violência contra idosos pode se manifestar de diferentes formas e um dos objetivos da campanha Junho Violeta e conscientizar todos dessas práticas prejudiciais à saúde e a dignidade emocional, psicológica e econômica das pessoas na terceira idade.
Saiba os diferentes tipos de violência contra idosos:
Violência física: uso da força física para compelir ao idoso a fazer o que não desejam, para feri-lo ou provocar-lhe dor, incapacidade ou morte;
Violência psicológica: corresponde à realização de agressões verbais ou gestuais com a finalidade de aterrorizar o idoso, humilhá-lo, restringir sua liberdade ou isolá-los do convívio social;
Violência sexual: relacionado com a prática de ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero-relacional utilizando pessoa idosa. Esse tipo de agravo visa obter excitação sexual, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças;
Violência financeira ou econômica: consiste na exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou o uso não consentido por eles de seus recursos financeiros ou patrimoniais;
Abandono: caracterizado pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa que necessite de proteção;
Negligência: relacionada à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos, por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. Manifesta-se associada a outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para os idosos que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade;
Autonegligência: conduta da pessoa idosa que ameaça a própria saúde ou segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si.
Saiba como denunciar
As denúncias de violência contra a pessoa idosa podem ser feitas pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos). O atendimento é realizado diariamente, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Denúncias também podem ser feitas pelo aplicativo Proteja Brasil, para a Delegacia Online da Polícia Civil do seu estado, e ligando para a Emergência Policial – DISQUE 190 – Polícia Militar ou para a Defensoria Pública do Estado de São Paulo – 0800 773 4340.